Regalo De Dom Claudir

Madrugada se destapa e emala o pocho da noite
Encontro um bruto na lida na volta da recolhida
Vem se coiceando a quatrilha um gateado “gruda os dentes”
Num grito de vira frente um guiso executa “as norma”
Potrada fareja forma serviço pra minha gente...


Aproveitei o aguaceiro e refiz meu travessão
Reforcei meu cinchador e as argolas do cinchão
Pois meu mouro compreende a hora em que solto o braço
Atora a poeira no rastro quando respinga um malino
Regalo de “Dom Claudir” aquerenciado em meus bastos...


Entre os pelos que carrego na trama do meu “baxero”
Aquele que eu mais confio é este bisneto de horneiro
Pingaço que se garante na lida de apartar touro
No encontro levanta um rancho, na cincha qualquer fumaça
Honrando a marca da Raça, o “MF” do couro...


Começo de lida pampa sacar touro da invernada
“Meu toso” trocando orelha, assobio pra cuscada
Um fumaço quebra cola, atraco meu pingo mouro
Não carrego desaforo quando um costeio destrincha
Garanto é o cordão da cincha e os dentes dos meus cachorros


Um tigre apartando touro com um toruno a meia espalda
Depois um tranco de valsa troca orelha rumo as casas
A tardinha pede vaza e o mouro das minhas “confiança”
Vem mangueando “as vacas mansa” rédea solta no pescoço
Nem reconheço meu mouro no andar das minhas criança.