Há um campo tranquilo e manso, com tanta vida selvagem,
Que a tanto seduz poetas, pela magia e paisagem,
E qualquer guri campeiro já traz, no seu assovio,
Mescla das vozes das aves, com a melodia dos rios.

Se falo em campo “pesado”, falo em gente sem vaidade,
Que “se plantou” na campanha, pra sustentar as cidades;
Gente de fibra e confiança, esteio forte do estado,
Envelhecendo na lida, com bois, cavalos e arados.

São partes do mesmo campo
A natureza e a lida,
Cada qual no seu espaço,
Vão harmonizando a vida;
Esse mosaico é um regalo,
Feito voz de dois irmãos,
Que, unidas, se completam,
Cantando um mesmo refrão.

Talvez pela perfeição, na criação do Senhor,
O campo manso que falo, guarda a inocência da flor,
E tem um dom, curativo, que traz equilíbrio... e calma,
Cicatrizando as feridas que adoecem a alma.

Não acho que um campesino escolha essa lida bruta...
Penso que Deus os elege, e lhes prepara pra luta,
Pois cada um traz no tino, sem esquecer um segundo,
Que é a eles que cabe matar a fome do mundo.