É antiga a cultura que carrega
De tratar pra menos todas elas
Desejamos pra sempre o inverso
Mas ainda se vive esse verso

“quero dar a despedida
como deu a saracura
O ciúmes da mulher
com o chicote é que se cura”

Ela só quer lavar fogão
Pro fogo da injustiça apagar
Ela só quer limpar o chão
Onde o preconceito pisar

Por certo eu fui criada
Pra ser dona de indagações
Não sou só uma ‘fêmea
Que nasceu pra enfeitar fogões’

Tenho sonhos e são muitos
Sou assim mulher gaúcha
Sou passarinho desse mundo
Não me segura, a La pucha!

Somos mulher, somos gaúchas
Alma, fibra e ideal
Muito além da pretensão
Dos que criaram o manual
querem vestir com fantasia
pra seguir o figurino
ser gaúcha está na alma
na vida, é destino

Anitas guerreiras
Que abriram trincheiras
Carregam na mão
Luta, arma e coração
Não ta morta quem peleia
Não te rende, não te entrega
Eles tem que aceitar
Essa gaúcha moderna