Barro Alto est une chanson en Portugais
E é lá e cá
É no balanço do mar
É a barca navegando
Mar tá querendo enjoa
Mandei fazer uma barca
pra com meu bem passeá
Toda de madeira forte
Extraída de um piquiá
Quando a barca se aprontava
Levei Marta pra olhar
Quando Marta viu a barca
Começou a enjoar
É lá e cá
É no balanço do mar
É a barca navegando
Mar tá querendo enjoa
Venho de longe
Do quilombo da Salvá
Fui chamar mestre Vavá
Pra brincar na cantoria
É o quilombola
No canal do Pindobal
Passando por Bacabal
Aos olhos de Santa Luzia
Sou periferia
Das quebradas de Sampa
Vim cantar com mestre Zampa
É o caboclo na missão
Cheguei num búfalo
Que dava cada salto
É do quilombo Barro Alto
Onde mora a tradição
Aqui na ilha
Eu não pago veneno
Com o mestre Damasceno
Da Ilha do Marajó
Todo quilombola
Quando acaba a guerra
Volta pra Salvaterra
Pra brincar o carimbó
É lá e cá
É no balanço do mar
É a barca navegando
Mar tá querendo enjoa
Só quem vive sabe
Os mistérios da Amazônia
Grande autoctonia
Dos deuses que dançam
Raiz tambor é fé
Benção da luz divina
No terreiro de mina
As quizilas não alcançam
Toy Averequete
Coroado lá no mar
Vem pra nos iluminar
Com Nanã Borocô
Saúdo Dom João
No tambor de vodun
Nos caminhos de Oxum
Na terra do terecô
Avó dona Josina
Cuidava do terreiro
Dois irmãos juremeiro
Rompimata e Xapanã
Terreiro de Santa Barbará
Mina da encantaria
As filhas da Turquia
Eparrei Iansã
É lá e cá
É no balanço do mar
É a barca navegando
Mar tá querendo enjoa
Eu tô correndo do asfalto
Fui Pará em Marajó
Quilombo do Barro Alto
Canta alto curimbó
Fui Pará em Belém
Conheci uma rainha
Que veio da ladainha
Mulher afro Kayapó
Cabocla paraense
Igarapé Miri
De Cachoeira do Arari
A diva do carimbó
Flor de jambo
Pirão de açaí
Castanha com tucupi
Jambu com tacacá
Deusa do Ver-o-Peso
Come peixe no braseiro
Na brisa do banzeiro
É a estrela do Pará
Um brilho irradiante
Uma guerreira forte
Das tribos do norte
História que virou manchete
É o carimbó chamegado
Nas ervas da benzedeira
É a garça namoradeira
A brasileira Dona Onete
Tu quer carimbó
Tem que Pará em Belém - (bis)
Que batuque é esse? Que batuque forte
É tambor de índio é tambor de negro é tambor do norte
Tem borocô tem reza forte
E se o tambor virou virou virou é mina nagô
Negro trouxe o batuque os orixás e o borocô
Negro não trouxe o tambor
Negro não trouxe o tambor
No tambor do índio o negro tocou
No tambor do índio o negro tocou
O negro se misturou com nosso teretetê
Nossos versos caboclo virou carimbó e banguê
No toque do tambor índio se comunicava
No toque do tambor índio se comunicava
Do meio da tribo o pajé rezava
Do meio da tribo o pajé rezava
O toque do tambor na floresta ecoou
O toque do tambor na floresta ecoou
Igarapé Miri Cametá Cametá Cachoeira do Arari Belém do Pará
Igarapé Miri Cametá Cametá Cachoeira do Arari Belém do Pará