Estes ventos de estações incertas
que rebojam nos cerros e deitam alecrins
tiram notas das cordas dos aramados
em milonga campeira que venta em mim.

nas minhas angustias faz redemoinhos
no clamor do amor venta mais forte
mormacento, traz chuva em três dias
ventania se vai a soprar noutro norte.

esse ventos que sopram em mim
são assim, inconstantes arredios
quando na alma renegam um sim
em pleno verão trazem noites de frio.

há um vento menino que levanta pandorgas
que alenta as horas, ventando mansinho...
mas um vento tirano forjou os meus sonhos
e o sembalnte risonho do outro piazinho.

vento posteiro que tirinta esporas
que gira que roda meus pensamentos
desfralda anseios, varre a saudade
liberta vaidades, me faz catavento.