Gados, aramados, terra e grãos.
sementes, vertentes, suor e pão.
a vida, fugindo por entre as mãos
e o homem, clamando: a pampa não !

os campos, sem gados, taperas são
a espera da vida que não vem não
e o matiz das aquarelas do rincão?
deserto verde, compadre qual a razão ?

pra que aramados se o gado é ficção
e o ferro em brasa não marca a vegetação?
o domador, o trançador e o velho peão
pra onde irão, meu compadre pra onde irão ?

não viverá neste bioma o tal patrão,
pois não existe estancieiro sem peão.
não haverá setembros de marcação
nem o campeiro de rédea firme na mão.

há tanta vida ao largo da imensidão...
três pátrias continentinas fazendo chão,
mas as cacimbas e os rios pra onde irão ?
pra onde irão, meu rio grande pra onde irão.