A margem do desafeto
Onde rebeldia
Virou papo reto
Agindo errado
Se achando certo
Morrerá sozinho

Teu inimigo é teu ego
Não venha na aba
Sou como Martin da vila
Também sou filho de zambi
Cria como Adriano
Impero a dor
Se tentar contra
O meu rebanho

Mal aqui é ovelha branca
Sou Carukango
Asas ao meu povo
Só falam da era hitler
Esquecendo da gente
Desde Leopoldo

Sem cortejo
Pra indústria racista
Manga longa
Curto papo
Deixa que nos degola

Seja o que realmente importa
Pra tirar da pista
Não só fica de cara torta
Brinca com bala
criança malabarista
desde o ventre
conhece a derrota

Preto de graça o estado confisca
Com inconsequência
Aí eles adora
Sejamos silva Anderson talisca
Pranto de um poeta
Coelho da cartola
Eu canto como Beuchior
de Bezerra da Silva a Paulin viola

Meu povo pede socorro
das garras de quem mais
Mais feriu o meu povo
Meu povo pede socorro
das garras de quem mais
Mais feriu o meu povo

Se achando astro
Perdeu o astral
Luz que me guia
Buga astronomia
Pique luz divina
Brilho que tu alega ter
É o raio que sai da sua farinha

Me lembram puteiro da Europa
Vendido igual
Putas de vitrine
Vou tomar de assalto
Toda essa loja
De inveja vão falar que é crime

Boca de fumo ou biblioteca
De onde nós vem
O que é mais viável
O que é mais provável
Criam escravos
Pra serem abatidos
Ou aprisionado

Comércio do templo sagrado
Os derby pancando
No capu do carro
Um caos e vocês de olhos fardados
Então assuma o fardo

Meu povo pede socorro
das garras de quem mais
Mais feriu o meu povo
Meu povo pede socorro
das garras de quem mais
Mais feriu o meu povo