Pelas ruas de Antofágica
(Péricles Garcia / Paulo Valle)


Amigo, com sua licença, permita que nos apresente
Mensageiros Cartonautas, onde a arte for presente
Viemos em busca de Brígida, muita história pela frente
Tudo passa em Antofágica, um lugar surpreendente


No breu desses tempos reside
Algo bem assustador
Já não há mais quem duvide
Do asco que é causador


Enquanto uma máquina dita
A dura sentença macabra
Contestar não se cogita
Como fosse coisa sacra


Andando em busca de flores
Prosas parecem inocentes
Esteja atento, onde fores
Podem invadir as mentes


Quem garante a sanidade
Quando nada mais é são?
Donde o Verde, na verdade
Sucede áurea confusão


Onde estarão os limites
Da corrida cega pelo poder?
Selvageria que tudo permite
Até estar acima do ser


Nas águas turvas, navegar
Livra-se do mau agouro
De ver o navio afundar
Pela busca do tesouro


Um milagroso elixir curador
Pode render tanto assunto
Mas se mostra enganador
O que sai da boca do defunto


Como pode ter uma figura
Tanta frieza e insensibilidade?
Terá que vir da sepultura
Quem traga humanidade?


Mas não se assuste não, nada lhe fará mal
Saiba tal Metamorfose trará a luz no final
Eis que serás livre então dessa Colônia Penal
Entre boas companhias, Mrs Dalloway e tal
Ainda que um Alienista cometa loucura geral
Até no Coração das Trevas dará o seu sinal
De que nessa Ilha está o Tesouro que não é banal
As memórias de Brás Cubas, tal e qual
O maior presente, como um conto de Natal


O conhecimento é a mágica
Que mora em Antofágica