Casulo na Moldura (Grata Visão) – (Carlos Gomes)

Em pleno estado de contemplação
Defronte a um Portinari
Com o meu olhar fixado num detalhe uno
Grata visão:
Casulo na moldura
E de lá para cá
Borboletinha contemplando, plena, meu admirar

Ao olhar esta magia das transformações:
A negra forte na pintura
O casulo na moldura
Fui buscar recordações
De um sonho que se fez real:
Você vir para mim de um outro astral
Tal e qual borboletinha

Refrão:
Se voar, voe
Ache o que o mundo tem de melhor
Se não achar, conte até três
Corrija os erros, tente outra vez

Se voar, voe
Não se espante quando der com o céu
Que não tem fim
Como o amor por ti que guardo em mim

E com o passar dos anos
Saberá que os sonhos podem ser reais
Mas, por ser crença tardia
Muitas fantasias ficarão pra trás
Porém, como um filme,
Vão estar sempre alí
Na tela de sua memória como um “de javu”

E na varanda, fícus e jasmins
Eu, girassóis, fazendo “ôla” pra te receber
No céu, feito bichinhos,
Já, lá se iam nuvens
Te oferecer caminhos pra escolher