E quando eu olho pro meu filho de 5 anos

É difícil acreditar, que esses caras um dia já foram crianças um dia

Pânico, corre, corre no Rio de Janeiro

Intenso tiroteio, as armas que matam nas mãos de justiceiros

E você acha que vai se proteger

O mesmo lado de posse legal, por motivo banal vai trocar com você

E também morre quem atira né?

Também morre quem atira né...

Saudosa maloca, mané é mané

Só mesmo quem já pôs a mão na boca do tubarão

Vai saber que é bem menos de 1, 2..., 1,2 drão, sobe mais um irmão

Doutrina Hollyood, desenhos violentos

Choros de lamento, num dia sangrento, nesse epicentro de armas letais

Por vidas normais, quer trocar cultura, educação e liberdade pela prisão da casa

Aí parça!

Esconde bem sua arma, se não seu filho vrááá!


Vó Teresa, vó Cida, Sandra, Sônia,

Janaína, Maraisa, Eleni, Suzana

Rhaiane, Jéssica, Tamires, Soraia, Késsia

Josiane, e por todas mulheres negras

Já tô a ponto, de não voltar pra casa

Em plena era tecnológica mulher negra é assassinada

E fica impune, mas não no meu raciocínio

Preta advogada algemada

O que, que é isso?

Exercendo o ofício da função

Só porque era negra foi tirada do salão, não...

Não podemos recuar

A minha cor de pele não é motivo pra enquadrar

Como um tiro de fuzil

Entre 5 país do mundo, mais racista tá o Brasil

Corre, corre..., corre pra chegar

Pretos no topo esse é o nosso lugar


Vamos a fumar hombre y ser feliz, porque soy libre para pensar

Smile Jamaican, smoking free

Uruguai é pai, por lucro e paz

Holanda atrás de dissecar sinais

Intolerâncias doutrinais

USA sistema distrital, na capital

Whashington tem do bom

Palyboy Australiano até pode me chamar de mano que eu não encano

Nosso plenário ainda tá pangando

Diamba, ganja...

Aviso aos deputados ao moro e ao bozo cêis tão atrasados


Atestado de falência de um estado enfraquecido 


Que condenado à violência, da a luz, ao cidadão iludido

Papel e caneta as armas que tenho no meio do campo minado

Entre o cidadão louco e o de bem descontrolado 


Bebê com a chupeta no chão torturado


E quem lutar por seus direitos será enforcado

Não pare, não corra, não ande

Esteja bem atento no intento da sobrevivência

A compreensão disso alcance

Sendo sentimento na selva de medo e violência

Fração da nação sem noção 


Que pede o blindado ama o soldado e odeia o próprio irmão, tipo


Quando caiu João Goulart 


Liberdade só se não saiu do porão do lar


Passado obscuro a se aproximar


Censura, tortura

Eu quero educação não ditadura militar

Porra!


Aí quem te comprou?

O rap fez eu ser quem eu sou

Mas se você for ganhar dinheiro com isso

Liga nóis patrício

Arruma o sinal, excluí o banal

Convida o Pé e os mano

Assina o contrato com o kondizilla vai...

Nóis rima e mira, no topo da mente do loco que entende o soco

Que damos no sistema, a cada tema que blasfema

Contra o mercado que você sustenta como otário

A cada rebolada de um artista mercenário

O bom compositor, com lágrima e dor

Até faz a hora pode crer

Mas não faz acontecer

The Voice nunca vira a voz

Chora me liga que é nóis

A rua contrata o hit do verão, o rap pesadão

Apoiado, por mais um milhão, pode crê!

Por mais de um milhão nóis participa desse seu modão


Salve Serra Loca, Abílo Pedro, Belinho Ometto

Cecap, Santa Eulália, Khüll, Dega

Profilurb, Cortez...

Salve as quebras de Limeira...

Alô Black90, estamos vivos

Até com 8 ou 80, tiros

Mariele, Zumbi, Sabota e Short

Presente!

Aonde tiver a voz de preto de quebra

Presente!

Saí, saí, saí, fera dessa jaula

Vai, vai, vai, começar a aula

Sigo com tudo, com tudo, firmão tempos modernos

Naquela mandando tudo pros quintos dos cadernos

Salve-se quem puder

Hey Brasil sabichão

Tá salvado expert

Cadê a educação?

Geral, vamô que vamô

E poucas, Algós

Quer passar de ano?

Vem, vem, vem com nóis


Em meio a multidão, sigo só

Em meio a multidão, sigo só

Então tirai daqui quem vem

Com desejo de notas de cem

Não façais na casa do pai

Comércios e cultos banais

Respeite quem busca a paz

Não patrimônios irreais

Em qualquer lugar, Deus me ouvirá

Sem oferta ou dízimo, ele proverá


Em meio a multidão sigo só

Em meio a multidão sigo só

Em meio a multidão sigo só

Em meio a multidão...