Foi de tanto cair
que eu também aprendi.
Hoje eu sei derrubar.
(Hoje eu sei derrubar!)

Capoeira me ensina
a fazer o gingado.
Eu sou negro levado.
(Eu vou pra lá e pra cá.)

Eu condeno o racismo,
a falta de respeito,
e bato no peito:
eu sou mais um pra lutar!

O genocídio da juventude nas periferias.
90% é negão! Só negão!

Em São Paulo, Bahia, Minas, Porto Alegre, no Rio de Janeiro,
no país inteiro
a burguesia domina, nos exploram, matam.
Em todas as esquinas,
em todos os lugares,
nas escolas, nos lares, nos bares
vai virar Palmares!

Os que roubam nossos territórios,
nosso pertencimento,
não são nossos irmãos!

Os que lutam, respeitam, resistem:
Irmãos! Irmãos!
E pra esses o nego Solano Trindade
tem um poema do tamanho do Nilo.

Steve Biko,
Malcom X,
Mandela,
Mestre Borel,
Marielle Franco,
Samora Machel,
Samora Machel!
E a negra voz da luta,
que na libertação de Moçambique,
Miriam Makeba,
cantava assim:
cantava assim:

Moçambique,
a luta continua
e continua!

Nos quilombos,
nas aldeias,
nas periferias,
onde tem oprimidos
a luta continua
e continua, e continua e continua!
e continua, e continua e continua!
Viva! Viva! Viva!