Fed Tracks # 17 - Geografia Bélica est une chanson en Portugais
“A vida por aqui é um eterno brincar
De vamos ver quem vai morrer por último”
Vamo
Mais uma vez batendo ponto no inferno
Maldito loop eterno
Odiar o próprio reflexo
Entre amores sintéticos
Fuga com analgésicos
Na tour do pecado, que mal tem ser eclético?
Espírito incrédulo
Sedento pelas cédulas
Pondo a paz em débito
Ouça a voz da experiência
No organismo favela, somos meras células
Que por sobrevivência domina geografia bélica
Interrompemos as transmissões
Pra avisar que caveirões fingem operações
Pra vender armas de próprio uso exclusivo
Investimento que justifica tratamento abusivo
Melhor cobrir a oferta, se não no final
Essas viatura vira uber pra facção rival
Braços do estado em diferentes uniformes
Quem num sabe disso num vive aqui ou finge que dorme
Quem morre vira exemplo
Quem mata vira exército
E duplica o crédito que compra opinião pública
Conta os danos e também as cruzes
Até ver que era fake News a inocência de Judas
Ferrari, Armani, Lost
Errare humanum est
Em pleno apocalipse sorrisim pra selfie
Suprassumo da pobreza, normalizar a fome
Pra que a melhor rima seja sobre a geladeira cheia
Cada favelado um universo em desencanto
Cada drama nosso é só Deus brincando
De esconde-esconde com anjos e demônios
E a polícia com 3K
Arrasta pra cima
Pergunta pra Cláudia o fundamento da rima
Nossas crianças brincam de amarelinha
Num campo minado, dobram-se as apostas
Nosso algoritmo do jeito que o diabo gosta
Enquanto fetiches nutrem hashtags
A JBL fez o rap virar pet
Ciclos se repetem, olha pro samba
Hip hop is the new black mamba
Swing lapidado em meio ao sangue
Acostumado a ser perseguido no mercado
Milhões no Youtube e a luz cortada
A televisão não será revolucionada
O dia-a-dia da luta não permite viver o luto
Engole o choro, a morte virou produto
Nossas cabeças na bandeja e a dor na vitrine
Quem amarga o drama pouco lucra com o filme
E a guerra aqui fora tá longe do fim
Treine seus filhos no free fire
Contente-se o paraíso não tem reprise
Apenas lembre-se: Nós somos a crise