Filhos e filhas mães e pais pedem justiça e paz
Com faixa lágrimas e parte a história se refaz
Homem de farda farejando como cão faminto
Governador bebendo sangue como vinho tinto
O caveirão só simboliza a polícia assassina
Hoje vai ter chacina ou não depende da propina
No beco tem criança tem tiazinha tem bandido
Miraram e mataram o inocente o estado maldito
A operação deixou dois mortos e alguns feridos
O padeiro e um estudante que não era envolvido
Forjaram ele na minha frente sem misericórdia
Arrastaram pela gola botaram uma pistola
Apresentaram uma carga com o lacre rompido
A mesma de sempre que levam no carro escondido
A máquina e de moer gente preta e favelado
Políticos facínoras e seus planos macabros
Cadê o curso a quadra o complexo esportivo
Cadê a cultura na favela o incentivo
A mistura perfeita pra que os menó desista
E alimentar cada vez mais o sistema racista
Cadê os projetos social cadê nossa sala de aula
Essa é uma busca constante as ferramentas necessárias
É um grito de socorro é um tiro a queima roupa
Eu me vi fazendo escolhas fazer Rap ou morrer
Essa é a soma dos fatores ser pobre nasceu ontem
O neguim que tinha sonhos dos cana foi correr
Nosso sangue e derramado pelas ruas do bairro
Pou Pou tiros que compõem a sinfonia dos pecados
Como neguim perigos vocês nem gosta gasta de preto
E quando gosta e até a segunda página do livro
Sentimento ruim quando eu acordo barulho de auto calibre
Eu sempre acordo com ódio ou com rancor
Rugas no meu rosto e um grito de liberdade
Contando histórias do gueto porque o Bacon me chamou
E o gueto precisa ser lembrado pela musica cultura pela beleza mas sempre e pela dor
É pela dor que se lembra pelo Rap pela vida dos neguim no relento
Contando histórias complicadas de violência e cinema
Pelo jornal da tarde eu ainda sou o protagonista
Histórias do meu gueto
Cadê o curso a quadra o complexo esportivo
Cadê a cultura na favela o incentivo
A mistura perfeita pra que os menó desista
E alimentar cada vez mais o sistema racista