Um passo atrás do outro,
Não posso parar,
O que vai ser não só de mim
Se eu parar
A grana ainda não vem bater na porta da minha casa,
Aprendi com um witwick,
Sem sacrifício não há vitória

Tô pedalando pra Vitória,
Pedalando pra vê ela,
Pedalando pra deixar mais umas tags pela quebra
Tipo um bicicleteiro alado,
deixando tags pela quebra um bicicleteiro alado, he

Olha aquele nigga mano,
onde aquele nigga está indo mano,
ele está indo para marginal,
Ele mora na marginal, mas olha a marginal,
Ela vai implodir com aqueles niggaz mano,

Isso é uma vergonha,
assinei um tco por graffitar parte de entulhos da cidade já degradada,
por políticas que geram violência,
Por onde olhares só verás entulhos,
Mortes, polícia e negligência

Aquelas paredes falam minha língua,
Cansadas da monotonia clamam por tinta
Cansado do mundo queria um dengo da cremosa,
Tipo beijá-la enquanto as fardas são o terror do portão pra fora

Vou pendurar flores no portão da vizinhança,
Fazer um jardim da minha Goiânia
As ruas sangram vejo césio nesse enorme cálice
Contas e cores ouço ela gritar
Ajude-me, baby

Não vou negar já quis fugir daqui,
Não vou mais me esconder aqui,
Não posso parar,
Eles querem me parar,
Tô muito longe baby pra pensar em desistir

Baby it's a long way
Baby it's a long
Baby it's a long way
A long way

O caminho é longo
E eu sinto inda ter tanto pra conquistar
É sem descanso igual saudade é banto, né gangsta
Meio de canto tipo gringo star
Mas eu vim buscar, tipo chapiscar
Só deixa piscar que nóz toma o trono
Como correr bem mais que metrônomo
Só pá vê o patrão com a cor do mordomo
Eu trampo e pouco durmo mas sempre que dá eu mudo o turno
Pra enfrentar os verme de coturno
Bebo da insônia e vim soturno
E claro isso não é tudo
É classe e conteúdo
E o passe inda é o estudo, né menó
Se eles te querem na pior
Tô ouvindo Belchior
Ano passado eu morri
E essa ano os meus ainda morrem
Policial acha que tem 'score'
Em disputar quem mata preto e pobre
Na área nobre a 'gadaiada' acha que grana encobre
Seu cheiro podre
Sem armas no coldre
Eu cultivo outro poder
A caneta é minha arma
E eu vim dissertar sobre
Mano eu vim da sub
E 'nóz canta pá subir'
Tipo enfrentar o sistema
E das grade dar fuga...

Nas ruas versos de ouro para ladrilhar
Se o caminho é longo 'vamo' lá trilhar
Se é família o que eles vem taxar de quadrilha
Tintas nos escombros pra encantar mães e filhas
E filhos meninas e meninos
Vão compor hinos
Não trocar tiros com tiras
Se eles querem te ver dançar mas não é catira
Não pense em atirar
Pegue a visão e mude a mira

Queria até fugir com ela
Mas hoje num dá
A gente entoca no barraco
Tem muito amor pra trocar
Tem umas rimas pra trocar
Tem muita dor pra curar
E se eu não encontrar o sentido
Inda tenho o que procurar...

Baby it's a long way
Baby it's a long
Baby it's a long way
A long way