Não existe paz nessa fórmula mágica
Ele Chinga o Hamás enquanto esconde a suástica
E me leva pra trás de um sedan prateado
Servidor do Estado é perito em balística

A questão matématica, conta de caneta
Tô de pé nas sarjetas, cada morte tão trágica
Operaremos máquinas, sim, tiro de letra
São cem tiros de letras, em cabeças estáticas

Palavras não ferem minha péle de Gargula
Nós sumimos na noite, corremos como lágrimas
Sou a linha de corte, pontilhando pescoços
Vinte anos mais moço com uma nove automática

Eu subo Valinor, me sinto Legolas
Aqui não trago cédulas, não sigo bussulas
Quem morre cedo tem revolução nas células
Eu vivo 48, beijo Mother Russia

E eu
Sempre tive aqui
Sonhando com coisas que não pude comprar



Cruzando Helsinki de vista baixa
Num lada Samara de quatro marchas
Fumando um marlboro e ouvindo Clash
No viés da Session acendo um Racha

Eu gosto do jeito que ela mexe
De como as manhãs acabam em mosh
Com a mão no volante outra no Kalash
Cruzando a fronteira, cidade tóxica

Eu levo meu corpo à linha de frente, oh
Sem marca no rosto, nome de parente, oh
Sem documento, ou antecedentes
Minha pátria é meu bairro, nós nascemos sós

Que as manhãs de guerra me tragam as mãos de Vassili
Que eu deite quatro inimigos antes do café
Que os cães do estado não me encontrem de vacilo
É tiro pro alto e fé