Jihad is a song in Portuguese
Boladona
E de rolé pela cidade
De long, voada
Nenhum limite de velocidade
Se a vida é um combate, é uma Jihad
Instinto suicida não tem idade
De onde vem?
Pra onde vai?
Se esconde pelos morros, viadutos e marginais
Não quer demais
Nem vive, apenas finge
A guerra sempre é santa quando a vida é o limite
"Porra, jão, eu continuo bolada!
To na rua e ouço do nada
Várias balas disparadas
Tão invadindo, jão
E são os vermes
3, 4, 5, 6 de coturno e cap
Mesmo sem ser soldado
Mesmo sem ser do crime
Se é do meu lado
Desse jeito a guerra me oprime."
Não sou polícia, milícia, trafica que tá na estica
Nem sou aquele que fica soltando pipa na lage
Não sou do CHOQUE, do BOPE
Nem quero dura da CORE
Nem caveirão onde eu more
E nem blazer com blindagem
Pro morador da favela
realidade é aquela
Trabalhador, sequela ou malandragem?
São tiros, tiros, tiros
Nas janelas
Tiros, tiros, tiros
Nas favelas
Tiros, tiros, tiros
Nas vielas
A vida nunca é aquela paz que se imagina
Rio de Janeiro ou Palestina?
Obedecer, não
E nem mandar
Só combatendo contra mim posso ganhar
A cada dia uma vitória
A trajetória que eu lutei pra conquistar
Já imagino o traço
Do meu destino traçado
Quase no mesmo compasso
De como eu fui no passado
E pra fazer o que faço
Eu só me jogo no espaço
Um cidadão desarmado
Que ainda assim quer lutar
Como viver essa guerra?
Se toda hora é a espera
Entre matarmos o tempo
Ou ver que ele nos enterra?
Em meio a vícios
Resquícios daquilo que não foi dito
So luto se acredito
Sou um filho da terra
Da nova era inacabada
A velha imagem do que antes era nada
Vivência da violência
Venceu a velha cadência
Que despedaça os sonhos em incontáveis sequências
Já desejando que os filhos
Servindo de andarilhos
Sejam indícios dos trilhos que os farão fracassar
Só pra seguirem seus atos
Sabatinar desacatos
De um povo desgovernado
Que não quer nem opinar
Ignorância, preguiça ou ganância?
Talvez não tenha vergonha de se manter onde está!
Vida mestiça e oprimida
Bala perdida quando achada é suicida
Mas são tiros, tiros, tiros
Entre os prédios
Tiros, tiros, tiros
Oriente Médio
A vida nunca é aquela paz que se imagina
Rio de janeiro ou Palestina?