Queima em chamas negras
até a lamina da minha espada
a tempestade que se aproxima
não vai apagar tudo que queimou
os pingos que caem machucam a pele
e mesmo sem neve congelou
o céu tão amargo as estrelas não brilham
e a escuridão já me dominou

os cortes ardem
por isso as sombras me fizeram curativos
e meu casaco rasgou com as cinzas pelo ar
as garras e dentes já nem me incomodam mais
a cor de abóbora virou um eclipse lunar

as brasas não queimam
correntes se quebram
e o gelo não dói
o amargo silencio sorrisos se fecham
as lagrimas caem e as ondas destrói
as laminas quebram as poças não secam
as sombras me levam e a chama corrói
as garras e dentes grudaram na alma como se fosse caramelo

(eu sou a tempestade)
estrelas de flocos de neve que caem na pele e aos poucos me aquecem
com chocolate quente e café que eu preparei agora pouco
e os flocos de neve que embaçam a vista congelam o vidro daquela janela
que mostra a cidade um pouco mais bela

queima em chamas negras
até a lamina da minha espada
a tempestade que se aproxima
não vai apagar tudo que queimou
os pingos que caem machucam a pele
e mesmo sem neve congelou
o céu tão amargo as estrelas não brilham
e a escuridão já me dominou