A MORTE DA FÉ
(Mozart MZ)

Há um velho modo de dizer que não
E eu tô cansado de tentar lembrar
Depois de tantas ruas qual a direção,
Qual a diversão, qual é?
Me diz versão do que quiser falar
Deixa pensar, prensar, levar, lerê
Só saberá o que quem dirá se alguém disser
Deixa viver
Que do amanhã eu tô sabendo não
Eu tô sabendo não
Mas tô sabendo, irmão, que pode nem chegar
Tal de futuro e eu tô perdendo o chão,
À mil na contramão, quero um freio de mão
Só faço acelerar
Quebrou a cabeça de encontro ao vidro que separa o mundo
Sem choro, nem reza, nem vela
A morte é coisa de segundo
Dizem que andou, dizem que beijou a boca da última hora
E que deixou saudade e chora
Pra quem ficou o rogando implora
Nossa senhora ameniza a dor que no meu peito mora

Vê que o tempo escorre
Por entre os dedos dos filhos teus
Vem em auxílio, corre
Que hoje a minha fé também morreu

Refrão
Engole em seco, vai
Esquece o medo, sai
Que o amor nunca trai
Então procure amar

Fechando os olhos quem não quer ver mais além
Desse conforto que prometem lhe dar
De pá em pá é que o coveiro enche cova
Remar, remar é que o veleiro deixa a costa
Si, lá, si, lá o bandeiro arrebenta a corda
Então vê se acorda e sai do lugar
Girar, girar e depois tentar andar na corda
Andar bamba que toda Lua já foi nova
E vacilar a fiandeira corta a corda
E a vida teima em acabar


Vê que o tempo escorre
Por entre os dedos dos filhos teus
Vem em auxílio, corre
Que hoje a minha fé também morreu

Refrão
Engole em seco, vai
Esquece o medo, sai
Que o amor nunca trai
Então procure o Amor