É de noite, é de dia,
Veja que situação:
Dona Maria não perde a mania
De viver no portão.

Mas será o “Benedito”, quanto buchicho,
Quanta falação?
Dona Maria, a boca pequena,
No mexerico, naquele portão!

É de noite...

Ave Maria, que agonia
O martírio do “seu” João:
Barriga vazia, pedindo comida,
Panela no fogo, queimando o feijão!

É de noite...

Segunda-feira, terça feira, quarta-feira,
Quinta-feira, sexta-feira, sábado e domingo,
Juro por Deus, não minto,
Dona Maria não sai do portão.

É de noite...

Fim de semana praia, sol e batucada,
Caipirinha, feijoada, carne assada e camarão,
E tem a Dona Maria
Marcando o ponto naquele portão.

É de noite...

Ave Maria, que agonia,
O martírio do “seu” João:
Barriga vazia, pedindo comida,
Panela no fogo, queimando o feijão!