Canto de Corte is a song in Portuguese
Eu não tenho medo
De erguer a minha voz
Aflorar os nervos
Combater o meu algoz
Percorrendo seu olhar
Eu consigo enxergar
O que há por dentro
Permaneça atento
Pois o enfrentamento
Me instiga a cantar
Então canto pra ver se te espanto
Afastando também o meu pranto
Tecendo um manto, purifico e desencanto
Uma pena não durar tanto...
E mais uma vez a vida parece querer me jogar lá no fundo
Como se eu pagasse por algo que fiz antes mesmo de vir para o mundo
Perdi minha mãe, meu pai, um filho ou filha que nunca nasceu...
Eu pensei em parar, mas o que me derrubou também fortaleceu
Desde cedo na luta, tocando na rua, sem grana pra coisa nenhuma
Mas cercado de amor, de anjos sem asas que salvam do ódio e rancor
Preste bem atenção, não quero passar um sermão sobre como sofri
Prego educação, usar da canção pra passar adiante a lição que aprendi
Pois eu renasci quando percebi que a vida é curta demais pra fingir
Que estou por aqui pra me distrair – e do jeito que está me recuso a sorrir
Prefiro sentir que evoluí e consequentemente contribuí
Com a evolução de irmãs e irmãos, a única forma de revolução
Já que cada ser-vivo carrega consigo
O princípio-ativo do bem coletivo
E em mito eu não acredito
Porém, creio naquele indivíduo
Que nega a inércia da tela e se apega a um livro
Inicia a conversa e então o convívio
Com gente que se interessa, que preza o objetivo
De ver restaurado o equilíbrio
Porque basta
Já passou da hora de cada humano se ver como raça
Ao invés de um punhado de "eus", reféns de manobra de massa
É pensando nessas pessoas que viro ao que me assombra e digo:
Me mate ou morra, porque eu vou até o fim nessa...
Eu não tenho medo
De perder a minha voz
Sem ressentimento
Desfazendo se constrói