O tecido, a saia balança,

Uma força que me lança,

O cheiro da florada.


Roça tem cor de infância,

Esplêndida nossa dança,

Flor de jabuticaba.


Rodando a saia da vida,

A lua acalma a ferida

E o mundo te muda.


Nesta esperança aflita,

Roda, balança, acredita,

Estende a mão e ajuda.


Um lençol,

Pôr do sol

E um corpo que descansa.


Tecido,

Um ser despido

Embalando a esperança.


Faz ‘pirlimpimpim’ com farelo,

As árvores, um castelo,

O tronco da mangueira.


Mora no país do amarelo,

O santo padroeiro

Garante a brincadeira.


Girando o pedal da história,

O quintal é memória,

Escuro cimento.


Desconcertante e notória,

A árvore olha agora

O seu crescimento


E o luar,

O pomar,

Envolvidos na neblina.


Tecido,

Um ser despido

Apaga a lamparina.