Quem dera virá o amor, quem dera virá a razão de que um dia irei voar a sós
Momentos de sonho e paz são cais que não voltam mais e em trolas de ventos se entregam
Olha nossa vida, olha nossa sombra, olha o nosso dia de viver
Falta brilho, e no seu olhar há uma fonte de desejo
Que tem medo, e o coração já não pulsa mais
Vê as duas faces cegas enquanto somos todos,
Rios, rios que seguem em busca de um imenso mar
Quem dera virá o amor, quem derá virá a canção, que um dia irei ouvir pra nós
Momentos de sonho e paz viraram serpentes, vendais que soltos vêm e nos afagam
Volta logo, volta alento, pois marginalizou-se o tempo vida
Mora solidão no coração de quem não quer
Marcas, frio, folhas secas, dias de céu sem nuvens e estrelas
Mas bem mais que o nunca, alenta e venta mais
As faces que não cegam, e assim seremos todos, rios, trilhos que se erguem
Atrás de um olhar, donos desse olhar, amoleça o coração pedril e voraz
Pois é grande a gratidão na ponta de seus véus
Raios, rios, trilhos e ermos, hão de encontrar, hão de querer
Bem mais que o nunca