Amanheceu no Vietnã, mais um Domingo começa
E hoje tem visita, é dia de festa
Parentes, amigos são todos bem vindos
Lindo e elegante vendo os manos sorrindo
Momento único (momento único), raridade no cotidiano
Principalmente em Dezembro, Natal, final de ano
O Réveillon nesse lugar é só agonia
Uns colocam até o pescoço na tia
Só quem vive pra saber, vou dizer pra você
Da muralha pra cá filho chora e mãe não vê
Todos reunidos no pátio externo
Ansiosos esperando o carinho materno
Mais uma dona Maria atravessa o portão
Com o neto nos braços, de sacolas na mão (emoção)
Trouxe o filho do José pra ele ver
Que felicidade assim que tem que ser (tem que ser)

Quem disse que homem não chora
Em dia de visita qualquer hora é hora
O sofrimento da coroa que entristece
Isso é o pior, o verdadeiro peste
Se desesperar não posso, não devo, não quero
Sei que ela prefere aqui do que o cemitério
Se ela pudesse ficaria no meu lugar
Amor de mãe impossível de explicar, não dá
Varrendo ruas conseguiu me criar
Em troca eu só faço ela chorar
Isso não é nada justo, isso não se faz
Eu juro minha mãe não vai sofrer nunca mais

Mãe sei que eu errei, não te escutei
Se puder me perdoa, eu vou voltar
Mãe, eu vou voltar (se puder me perdoar)

O mundo gira, gira o mundo lá fora e eu aqui
Me emocionando em ver meu filho sorrir
Correndo na quadra, com uma bola no pé
Um diamante negro do futuro, se Deus quiser
Se eu pudesse voltar no tempo
Pra ele certamente eu seria um outro exemplo
Não esse aqui o qual me transformei
Percebi tarde demais o quanto eu errei, eu sei
Nem a mãe dele foi capaz de entender
Achei que ela só queria me fazer sofrer
Deixei de agir e pensar com a razão
E me deixei levar pela emoção
Ponto final não quis nem saber

Certas fitas na vida é complicado de compreender
Tira você do sério, perturbar sua mente
Nesses momentos me sinto mal, impotente
Um inútil, sem lugar pra ir
Sem ideal nem direção a seguir
E se não fosse minha mãe, tinha ficado sozinho
Sem nenhum motivo pra trilhar meu caminho
Acreditar no dia de amanhã e também
Ter esperança, fé, que logo eu saio (amém)
Tudo bem a estrada continua
É a vida como ela é nua e crua

Mãe sei que eu errei, não te escutei
Se puder me perdoa, eu vou voltar
Mãe, eu vou voltar

Meu filho chega mais, vem, vem comigo
A visita acabou, agora só no próximo Domingo
Traz sua bola pra gente guardar
Olha só você todo sujo de tanto brincar
Sua vó vai ficar uma fera
E nem pra te um banho dar tempo, já era
Filhão vem no meu colo, me dá um abraço
Nesse momento uma promessa eu te faço
Daqui pra frente vou seguir outro caminho
Nunca mais em minha vida vou deixar você sozinho

"Papai eu amo muito você
Volta pra casa comigo
A mamãe quer te ver"

O silêncio conspira ao meu favor
Dizer o que? Me ajuda Senhor!
Fiquei sem ação, sem nenhuma explicação
Da inocência às vezes vem a melhor lição
Meu filho sua vó 'tá cansada
E daqui pra casa é longaa caminhada
Vai com ela, 'tá bom? Que eu já vou
Diz pra sua mãe que eu 'to chegando, falou?
Oh só, não fica triste hein, vê se não chora
Vai minha mãe, leva ele embora
Eu escrevo pra senhora ainda essa semana
Diga pra minha irmã que o irmão dela aqui a ama
Minha mãe escuta o que eu vou dizer
Me perdoa por te fazer sofrer

"Meu filho fica em paz, 'tá tudo bem
Que Deus te guarde, e até a semana que vem"

Mãe sei que eu errei, não te escutei
Se puder me perdoa, eu vou voltar
Mãe, eu vou voltar (se puder me perdoar)

Mãe sei que eu errei, não te escutei
Se puder me perdoa, eu vou voltar
Mãe, eu vou voltar (se puder me perdoar)

Se puder me perdoar
Eu vou voltar, eu vou voltar
Se puder me perdoar
Eu vou voltar
Se puder me perdoar