Toda vez que era sábado


E eu queria matar o meu tédio


Vi na vida noturna um antídoto


Os inferninhos eram o céu


E a noite profana um coquetel


De sabores e cores e formas mil


Um céu de luzes negras e máscaras


E canhões de laser a disparar


Contra nossos corpos elétricos


Dançando músicas cibernéticas


E trocando olhares cinéticos


Pela primeira vez quando eu vi dois iguais se darem sem timidez


E sob aquele céu de luz neon você passou


Por mim no corredor bem quando a noite se acabou


À luz de luzes artificiais não dava pra ver


Quem era eu na multidão e quem era você


Só mais dois


Na sexta-feira já tava a fim


De ter minha noite só para mim


Desde que tudo fosse possível ser


Por mais que estivesse a me divertir


Esperava algo mais para antes do fim


Da noite que via o sol nascer


Quanto mais tarde a noite era melhor


Possibilidades pairavam no ar


Sonhos e fantasias a flutuar


Música e gente a se espalhar


Pela noite ardente a procurar


Pelos sinais que mostram que alguém pode estar sozinho a esperar


E sob aquele céu de luz neon você passou


Por mim no corredor bem quando a noite se acabou


À luz de luzes artificiais não dava pra ver


Quem era eu na multidão e quem era você


Mais dois, dois a mais na multidão a procurar mais diversão