Vai ver que eu mereço
a cara amarrada,
a roupa molhada,
a fé abalada
por mais um tropeço.

Vai ver que eu mereço
a fome que tenho,
o amor que desdenho,
fazer o desenho
do fim pro começo.

Vai ver que é sina
não vencer o jogo,
esquecer o rogo,
pôr a mão no fogo
por quem desafina.

Talvez seja praga
estar meio manco,
cair do barranco,
sempre dar um tranco,
quando a coisa estraga.

Pode ser que tudo
não passe de cisma
ou seja um sofisma
visto de outro prisma,
quando eu me iludo.

Por isso eu prossigo
sem perder de vista
o lado otimista
do protagonista
que trago comigo.