Mano eu já não sei, sinto-me perdido
Não sei se me tornei ateu ou no deus que eu abomino
'Tou faminto, mas o que eu como não é vendido
Caga nisso, sacrifica por mim um suíno
Canta o hino que me invoca, canta a imaculada
Vai acima, vai abaixo, no fim não sobra nada
Mais um fino p'a dentro, mas uma rima cansada
Mais uma noite passada e bem mal aproveitada
Só me resta a palavra sagrada do ser que sou
Proferida pela alma danada que venerou
O A.D.N. desde o início
Só a minha fez o sacrifício
Se calhar vou pr'o Inferno, viver o eterno inverno
Pela blasfémia que foi dizer que eu sou um deus moderno
Encaderno palavras soltas com a minha caneta
Como a pesar ideias de cadáveres em valetas
Paletas de cores mórbidas formam-se na cabeça
Vou pintar um retrato, algo que te enlouqueça
Algo que nunca se esqueça, a Gioconda decapitada
Van Gogh vá p'ó crlh! A minha noite não é estrelada
Tenho a alma condenada? Nada que me incomode
Não ligo a essa besta que tem chifres de bode
Recuso-me a ir p'o Tártaro, se um dia sucumbo
Vou p'o céu sem escada, num dirigível de chumbo
Nunca passarei o Estige mas lá farei a promessa
De um dia chegar ao topo, mas não vou p´a lá com pressa
Vá lá confessa, eu 'tou além da lei
'Tou só a arrumar as partes dos corpos que dissequei
Eu vou contra a natureza, contra o que cada um crê
Vou juntar todas as peças, resta saber porquê
Com ela farei um monstro, epítome do R A P
Frankenstein é o nome, não sou Deus, sou M C

(A.D.N.)
'Tou tipo Vitor Frankenstein
(A.D.N.)
A criar monstros c'a minha mind
(A.D.N.)
'Tou tipo Vitor Frankenstein
(A.D.N.)
A criar monstros c'a minha mind
(A.D.N.)
'Tou tipo Vitor Frankenstein
(A.D.N.)
A criar monstros c'a minha mind
(A.D.N.)
'Tou tipo Vitor Frankenstein
(A.D.N.)
A criar monstros c'a minha mind